quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Educar para a Liberdade


Educar para a liberdade

Professora Izandra Alves - IEEER

          De acordo com o dicionário Michaelis, o vocábulo liberdade significa “poder de exercer livremente a sua vontade. Isenção de todas as restrições, exceto as prescritas pelos direitos legais de outrem. Independência, autonomia. Ousadia. Permissão”, dentre outros. Partindo desse conceito, cabe perguntar-nos: como a escola e nós, educadores, estamos contribuindo para que os alunos sejam realmente livres?
         É de conhecimento de todos as inúmeras dificuldades encontradas pelos educadores em seu dia-a-dia nas escolas: salas de aula superlotadas, falta de material didático, o descaso das autoridades para com a educação, a pouca participação da família na vida escolar dos filhos, etc. São muitos os fatores que influenciam no desânimo, no descaso, na desmotivação e na falta de sonhos por parte dos educadores. Contudo, se estes demonstram tais atitudes, como poderão despertar nos alunos o desejo de sonhar, de aprender, de serem livres para pensar e para viver?

         O ato de educar hoje se tornou um desafio muito grande. Digo isso porque não basta ter a chamada “vocação” - palavra tão bonita que muitos gostam de repetir, pois na grande maioria das vezes, é usada para amenizar e justificar os baixos salários pagos a nossa categoria – é preciso muita coragem para entrar em uma sala de aula, persistência para lá permanecer, conhecimento do mundo do aluno para poder realmente ajudá-lo e, acima de tudo, muito amor pelo que se faz. Isso mesmo, muito amor!

         A coragem de que falo diz respeito ao modo de encarar suas responsabilidades enquanto educador. É preciso ser firme, estabelecer regras, definir objetivos, metas; deve-se querer chegar a algum lugar comum, pois a grande maioria dos alunos possuem problemas comuns, histórias de vida parecidas que precisam ser ouvidas no presente para que se possa, quem sabe, redimensionar seu futuro.

A persistência vai muito além dos limites do corpo. Extrapola, por vezes, os limites da alma. Digo isso porque comprometemos nossa vida pessoal por causa do profissional. Deixamos de lado nossos filhos, pais, maridos, esposas porque nos preocupamos com os problemas dos alunos que são realmente muito maiores que os nossos. Persistimos nisso mesmo sabendo que nossa vida particular está correndo riscos, está pedindo socorro, no entanto, não podemos abandonar aqueles a quem julgamos dependerem de nossa ajuda.

Outro item não menos importante que vem somar-se ao ato de educar é o conhecimento do mundo do aluno. Desafio este que expõe o educador a algo inusitado, desafiador, que amedronta, que afronta, que o faz rever conceitos, atitudes, posicionamentos e até conteúdos.

Por fim, o amor - o que para mim é imprescindível para o ato de educar para a liberdade. O educador precisa ingerir, diariamente, doses homeopáticas de muito, mas muito, amor. Somente o amor pela educação que visa à transformação do cidadão rumo à liberdade de pensar e agir segundo os interesses da sua comunidade contribui para a mudança da realidade onde vive e, dessa forma, poderá transformar a raiva, a revolta, a dor, o rancor e a violência, em respeito, em valorização, em dignidade e em vida plena.